Andrea Gonçalves
EVOXIA – INTERNACIONAL JOURNAL OF SCIENTIFIC INNOVATION, Blumenau, SC, v. 1, n.1, dez. 2025.
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indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), atraso no desenvolvimento e
transtornos de comportamento, com foco em aquisição de habilidades comunicativas, sociais
e adaptativas, bem como na redução de comportamentos disruptivos (Matos; Mustaca, 2019;
Vasconscelos; Muchon, 2024). Já no campo educacional, a ABA contribui para o ensino
estruturado, promoção de aprendizagem acadêmica e desenvolvimento de habilidades de
autonomia, oferecendo estratégias para professores e mediadores que buscam lidar com
dificuldades de aprendizagem ou ampliar repertórios acadêmicos (Rodriguez, 2019; Cooper et
al., 2022). Em países, como por exemplo, Portugal e Brasil, estudos recentes apontam a
relevância da utilização da ABA tanto em contextos escolares inclusivos quanto na capacitação
docente para lidar com a diversidade em sala de aula (Goyos, 2009; Silva; Pereira, 2018).
A análise dos fundamentos da ABA revela que os conceitos de reforço positivo e
negativo, análise funcional e princípios do comportamento não devem ser compreendidos
apenas como definições abstratas, mas como instrumentos metodológicos de intervenção
que, quando aplicados de forma criteriosa, permitem mudanças consistentes no repertório
comportamental dos indivíduos. No caso do reforço positivo, estudos demonstram que a
introdução de estímulos agradáveis, como elogios, brinquedos ou acesso a atividades
preferidas, pode aumentar substancialmente a frequência de respostas adaptativas em
crianças com dificuldades de aprendizagem (Rodriguez, 2019; Goyos, 2009). Por outro lado, o
reforço negativo, muitas vezes mal interpretado como punição, desempenha um papel
essencial ao reduzir a exposição a estímulos aversivos, como no caso de uma criança que
aumenta a comunicação funcional para escapar de tarefas excessivamente difíceis,
substituindo comportamentos disruptivos por alternativas socialmente adequadas (Rodas
Valencia, 2015).
Os fundamentos da ABA repousam sobre uma sólida tradição científica, articulando
princípios comportamentais a diferentes contextos de aplicação. Seja no campo clínico ou no
educativo, a efetividade da ABA depende não apenas do uso de técnicas isoladas, mas da
integração de conceitos centrais, análise cuidadosa de cada caso e responsabilidade ética na
sua prática.
A análise funcional é considerada o coração da prática analítico-comportamental, pois
permite compreender as funções dos comportamentos, indo além de sua topografia. Em
contextos clínicos, essa análise possibilita identificar, por exemplo, se um comportamento de