NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E REGULAÇÃO EMOCIONAL: RESSIGNIFICAÇÃO E INDUÇÃO DA EMOÇÃO
EVOXIA – INTERNACIONAL JOURNAL OF SCIENTIFIC INNOVATION, Blumenau, SC, v. 1, n.1, dez. 2025.
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Na literatura ibérica e latino-americana, diversos autores reforçam essa compreensão.
Bisquerra (2009) destaca a importância da educação emocional para o desenvolvimento das
competências de autorregulação, defendendo que a capacidade de ressignificar é central para
a inteligência emocional. De forma semelhante, Damásio (2018) argumenta que os
sentimentos desempenham papel essencial na construção cultural e social, revelando-se
elementos fundamentais para a vida em comunidade. Tais contribuições demonstram que a
regulação emocional, longe de ser apenas uma função individual, também se manifesta como
fenômeno social, moldado pela cultura e pela aprendizagem.
A presente reflexão busca integrar as contribuições da neurociência cognitiva e das
teorias construtivistas das emoções, destacando a relevância da ressignificação e da indução
emocional como processos centrais na promoção do bem-estar psicológico.
Assim, a regulação emocional pode ser compreendida como um processo que
ultrapassa o nível biológico, alcançando dimensões sociais, culturais e subjetivas. Ao
ressignificar uma experiência, o indivíduo não apenas modifica sua resposta emocional, mas
também reconstrói o sentido atribuído ao acontecimento, alterando a maneira como essa
vivência será lembrada e integrada à sua história pessoal (Rodrigues; Queirós, 2015). Esse
processo de reconstrução narrativa aproxima a neurociência cognitiva da psicologia cultural,
uma vez que as emoções passam a ser vistas como fenômenos dinâmicos, influenciados por
contextos históricos e linguísticos.
Lisa Feldman Barrett (2017) reforça essa ideia ao argumentar que as emoções não são
entidades universais, mas produtos de inferências realizadas pelo cérebro a partir de sinais
corporais, expectativas e conhecimento prévio. Essa perspectiva abre espaço para
compreender como a própria indução emocional pode ser intencional: ao evocar uma
memória positiva ou ao reformular cognitivamente um evento adverso, o sujeito é capaz de
alterar sua experiência afetiva no presente. Desse modo, a emoção é tanto uma construção
cerebral quanto uma construção cultural, pois depende da interação entre o organismo, o
meio social e os sistemas simbólicos compartilhados.
A importância da ressignificação encontra eco também nas contribuições de autores
como Bisquerra (2009), por exemplo. Ele ressalta que a competência emocional não se resume
ao reconhecimento ou expressão das emoções, mas envolve sobretudo a capacidade de
manejá-las de forma adaptativa. Nessa direção, a educação emocional, presente em