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Artigo
ENTRE INVISIBILIDADE E RECONHECIMENTO:
REPRESENTATIVIDADE SURDA E CONSTRUÇÃO
IDENTITÁRIA NA ATUALIDADE
BETWEEN INVISIBILITY AND RECOGNITION: DEAF
REPRESENTATION AND IDENTITY FORMATION IN
CONTEMPORARY SOCIETY
Elisandra Santos Mendes Garcia
1
Resumo
Esta revisão integrativa reuniu estudos dos últimos dez anos que examinam como a representatividade
da surdez é construída, percebida e reivindicada, especialmente a partir da perspectiva dos surdos.
Através de 11 artigos encontrados em bases brasileiras e internacionais, identificaram-se três grandes
eixos recorrentes: (a) representações sociais como a surdez é vista/sentida por surdos e por ouvintes,
(b) identidade cultural surda como os surdos constroem sua identidade frente a modelos médicos,
sociais ou biculturais, e (c) práticas culturais e educacionais como espaços de afirmação de
representatividade (literatura surda, língua de sinais, movimentos culturais e mídias). Em muitos
estudos, há tensão entre ver a surdez como deficiência (modelo clínico/patológico) e como diferença
cultural ou linguística muitos surdos rejeitam o primeiro e reivindicam o segundo. Também se
destaca o papel das políticas públicas, da lei (como o reconhecimento da Libras), da educação bilíngue,
dos espaços sociais (redes sociais, literatura, mídia) para dar visibilidade ou propiciar
representatividade. Limitações: muitos estudos são qualitativos, localizados em contextos específicos
(Brasil, sul do mundo); poucos com grandes amostras ou longitudinais; falta de estudos focados em
surdez unilateral ou marginal. Contribuições: mapeamento recente, articulação entre identidade,
representatividade e educação, indicação de caminhos para atuação prática de representatividade
(literária, cultural, política). Sugere-se aprofundar estudos comparativos, amadurecer pesquisas
quantitativas e explorar percepções de surdos oralizados vs. surdos usuários de Libras.
Palavras-chave: surdez; representatividade surda e construção identitária.
1
Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, Brasil. E-mail: tutora@uninq.com.br https://orcid.org/0000-0001-9161-6481
Elisandra Santos Mendes Garcia
EVOXIA INTERNACIONAL JOURNAL OF SCIENTIFIC INNOVATION, Blumenau, SC, v. 1, n.1, dez. 2025.
2
Abstract
This integrative review brings together studies from the last ten years that examine how the
representation of deafness is constructed, perceived, and claimed, especially from the perspective of
deaf people. Through 11 articles found in Brazilian and international databases, three major recurring
themes were identified: (a) social representationshow deafness is seen/felt by deaf and hearing
people; (b) deaf cultural identityhow deaf people construct their identity within medical, social, or
bicultural models; and (c) cultural and educational practices as spaces for affirming representation
(deaf literature, sign language, cultural movements, and media). In many studies, there is tension
between viewing deafness as a disability (clinical/pathological model) and as a cultural or linguistic
differencemany deaf people reject the former and claim the latter. The role of public policies, the
law (such as the recognition of Libras), bilingual education, and social spaces (social media, literature,
media) in providing visibility or fostering representation is also highlighted. Limitations: Many studies
are qualitative, located in specific contexts (Brazil, global South); few with large samples or longitudinal
studies; a lack of studies focused on single-sided or marginal deafness. Contributions: Recent mapping,
articulation between identity, representation, and education, and indication of paths for practical
representation (literary, cultural, and political). Further comparative studies, further development of
quantitative research, and exploration of perceptions of oral deaf individuals versus deaf users of
Libras are suggested.
Keywords: deafness; deaf representation, and identity construction.
1 INTRODUÇÃO
A luta por reconhecimento e visibilidade das pessoas surdas transcende o campo da
acessibilidade e da inclusão: trata-se de uma disputa simbólica e política por
representatividade, identidade e pertencimento (FRASER, 2001a,b; HALL, 2006). Apesar de
avanços legislativos importantes, como o reconhecimento oficial da Língua Brasileira de Sinais
(Libras) pela Lei 10.436/2002 (BRASIL, 2002) e iniciativas internacionais que buscam
garantir direitos linguísticos e culturais das comunidades surdas (SKLIAR, 1998a,b; WFD,
2023a,b), a surdez ainda é, em muitos contextos, interpretada e tratada a partir de um modelo
clínico-patológico, centrado na deficiência e na normalização auditiva (LANE, 1992; PERLIN,
2003a,b).
Esse modelo, enraizado em tradições biomédicas e reforçado por políticas
assistencialistas, contribui para a invisibilidade social e cultural das pessoas surdas, apagando
suas formas próprias de existência, linguagem e cultura (SKLIAR, 1997; FERNANDES, 2007a,b).
Em contraponto, o modelo sociocultural e linguístico da surdez reconhece os surdos como
sujeitos pertencentes a uma minoria linguística, com identidade cultural distinta, práticas
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comunicativas próprias e formas de resistência política (PERLIN; STROBEL, 2006a,b;
QUADROS, 2010).
Neste cenário, a noção de representatividade emerge como eixo central de análise e
transformação. A ausência de vozes surdas em espaços de poder como mídia, literatura,
educação e política não apenas reforça estereótipos e limita oportunidades, mas também
perpetua uma forma estrutural de exclusão simbólica (FRASER, 2001; BUTLER, 2004a,b). Por
outro lado, práticas de afirmação identiria como o uso e a defesa da Libras, a literatura
surda, o ativismo digital e os movimentos culturais revelam processos ativos de construção
de identidade e de reivindicação de lugares de fala e de existência (STROBEL, 2008a,b; LOPES,
2011a,b).
Esta revisão integrativa tem por objetivo mapear e analisar a produção acadêmica dos
últimos dez anos sobre representatividade surda, com foco em como ela é construída,
percebida e reivindicada, especialmente a partir da perspectiva dos próprios sujeitos surdos.
A análise de onze estudos nacionais e internacionais permitiu identificar três eixos
analíticos centrais: (a) as representações sociais da surdez; (b) a construção da identidade
cultural surda; e (c) as práticas culturais e educacionais como espaços de visibilidade e
empoderamento simbólico.
A urgência deste debate intensifica-se diante das transformações contemporâneas nos
campos da comunicação, da educação e da cultura. Em um mundo cada vez mais mediado por
tecnologias digitais, a possibilidade de (auto)representação de grupos historicamente
silenciados torna-se um campo fértil de disputa, mas também de tensões (SANTAELLA,
2010a,b; CANCLINI, 2015a,b). Assim, refletir criticamente sobre os modos de representar e
ser representado é não apenas um exercício teórico, mas uma prática política de
reconhecimento, de valorização da diversidade e de construção de sociedades mais justas e
inclusivas.
2 MATERIAL E MÉTODO
Este estudo adota o formato de revisão integrativa da literatura, uma abordagem
metodológica amplamente utilizada para reunir, examinar e sintetizar resultados de pesquisas
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sobre um determinado fenômeno, com vistas a construir uma compreensão mais
aprofundada, além de identificar lacunas, convergências e tendências em um campo
específico do conhecimento. A revisão integrativa se destaca por permitir a inclusão de
estudos com diferentes delineamentos metodológicos, ampliando a análise crítica e a
aplicabilidade dos resultados (WHITTEMORE; KNAFL, 2005; SOARES et al., 2014).
O delineamento seguiu os princípios do PRISMA 2020 Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews and Meta-Analyses (PAGE et al., 2021), adaptados à proposta integrativa,
como recomendado por Mendes, Silveira e Galvão (2008), garantindo transparência, rigor e
reprodutibilidade nos processos de identificação, seleção e síntese dos estudos.
A estratégia de busca foi construída com base em descritores previamente definidos,
combinados por operadores booleanos, nos idiomas português, inglês e espanhol, com o
intuito de ampliar o alcance da revisão e incorporar estudos produzidos em diferentes
contextos geográficos e epistemológicos. Os descritores foram: (“representatividade” OR
“representatividade surda” OR “representações sociais” OR deaf representation OR
representación sorda”) AND (“surdez” OR “surdos” OR “pessoa surda OR deaf OR
deafness”).
As buscas foram realizadas entre janeiro de 2015 e junho de 2025, em quatro bases de
dados com relevância reconhecida nas áreas da educação, saúde, linguística e ciências
humanas: SciELO, pela forte presença de produções latino-americanas, especialmente
brasileiras, sobre surdez e inclusão; PubMed/Medline, por sua importância na área da saúde
e presença de estudos sobre surdez em contextos clínicos e sociais; ERIC, com foco em
publicações voltadas à educação e inclusão; e Google Scholar, utilizado de forma controlada
para abarcar literatura cinzenta e trabalhos recentes não indexados em bases tradicionais
(BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
Foram definidos os seguintes critérios de inclusão: (i) artigos publicados entre 2015 e
junho de 2025; (ii) estudos que abordassem explicitamente temas de representatividade,
identidade ou representações sociais no contexto da surdez; (iii) publicações em português,
inglês ou espanhol; e (iv) estudos empíricos ou teóricos com fundamentação científica. Os
critérios de exclusão envolveram: (i) textos fora do recorte temporal; (ii) publicações
opinativas ou sem revisão por pares; (iii) trabalhos que mencionassem a surdez de modo
tangencial, sem foco na representatividade; e (iv) duplicatas entre bases.
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O processo de seleção seguiu as seguintes etapas: inicialmente, foram identificados
243 registros nas bases. Após a exclusão de 45 duplicatas, restaram 198 estudos únicos, que
foram submetidos à triagem por leitura de títulos e resumos. Destes, 162 foram excluídos,
permanecendo 36 para leitura integral. Após análise aprofundada, 25 artigos foram excluídos
por diferentes motivos, como inadequação temática, fora do recorte temporal ou falta de
rigor científico. Ao final, 11 estudos atenderam plenamente aos critérios e compõem o corpus
final da revisão. Todo o processo de seleção está descrito no fluxograma adaptado do PRISMA
2020 (PAGE et al., 2021), assegurando clareza metodológica e possibilidade de replicação.
Fluxograma1: Apresentação do processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos artigos
selecionados para esta revisão integrativa.
Fonte: Elaborado pela autora (2025)
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A opção pela revisão integrativa está alinhada com o objetivo da presente pesquisa:
compreender como se configura a representatividade surda na produção acadêmica
contemporânea, articulando identidade, cultura e práticas sociais. Ao reunir estudos com
diferentes enfoques e métodos, busca-se uma leitura abrangente, crítica e propositiva sobre
um campo ainda em consolidação.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os estudos revisados, se encontram listados na tabela abaixo, de acordo com a ordem
cronológica:
Tabela 1: Apresentações dos estudos elencados para o estudo segundo os critérios de inclusão de acordo com
autores, ano de publicação, fonte e título junto ao tema principal
Autor(es)
Ano
Fonte
Título / Tema principal
Menezes, Tayana
Dias de; Monteiro
de Barros, Kazue
Saito
2022
Revista Letras
Raras
The social representation of the deaf:
a case study similar foco,
perspectiva do surdo, no contexto
social/discursivo. (Edufcg)
Guimarães, Valéria
Maria Azevedo;
Silva, Joilson
Pereira da
2022
Psicologia Revista
(UF Sergipe)
Representação social sobre a surdez:
uma revisão integrativa revisão
literária de artigos que envolvem
representação social e surdez;
mapeamento de estereótipos etc.
(Revistas PUC-SP)
Vianna, Nubia
Garcia et al.
2022
Ciência & Saúde
Coletiva
A surdez na política de saúde
brasileira: uma análise genealógica
analisa discursos de política de saúde;
predominância do discurso clínico-
terapêutico; poder-saber etc. (SciELO
SP)
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Barrivieira Laureth,
C. et al.
2022
Revista SCIAS
Língua de Sinais
Indígenas Surdos, Identidade Cultural
e a Interculturalidade em outra
perspectiva intersecção entre
surdez, identidade indígena, cultura
surda e interculturalidade. (Revista
UEMG)
Sekoto, Lieketseng
V.; Hlayisi, Vera-
Genevey
2023
African Journal of
Disability
Identity construction among deaf
adolescents and young adults: a
literature review como adolescentes
e jovens adultos surdos constroem
identidade frente à surdez/deficiência
auditiva. (Journals)
Oliveira de Lima,
Emiliana; Faria,
Marília Varella
Bezerra de
2023
Revista
Linguí∫tica
Identities in dialogical movement:
deafness in social context analisa
identidades de surdos e mães
ouvintes, aprendizagem de Libras,
forças ideológicas/discursivas que
moldam identidade. (Revistas UFRJ)
Loyola Franco,
Thiago; Ribeiro,
Maria Clara Maciel
de A.
2023
Revista
Linguí∫tica
Memory, identity and reading
apprenticeship: narratives about the
trajectory of the deaf reader subject’s
constitution trajetória de sujeitos
surdos como leitores, memória,
identidade. (Revistas UFRJ)
Baumel, Rafaella L.
et al.
2023
Research, Society
and Development
Brazilian sign language: Inclusion of
the deaf in university education ... IFPR
Curitiba foco na inclusão
universitária via Libras, visibilidade,
representatividade acadêmica. (RSD
Journal)
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França, Luci
Teixeira Iachinski
de; Leite, Maria
Alzira
2024
The ESPecialist
Slam as an instrument for the re-
existence of the deaf community uso
do slam (poesia) como instrumento de
fortalecimento da identidade e
representatividade surda. (Revistas
PUC-SP)
Desidério, Ricardo
2024
Ensino & Pesquisa
Surdez unilateral no Brasil:
implicações epistemológicas e
políticas relacionadas às práticas
educacionais estudo bibliográfico
sobre surdez unilateral,
reconhecimento legal, implicações
educacionais. (Unespar Periódicos)
Menezes, Tayana
Dias de; Monteiro
de Barros, Kazue
Saito
2025
Bakhtiniana.
Revista de
Estudos do
Discurso
A representação social sobre os
surdos: um estudo sociocognitivista
do discurso analisa como os surdos
constroem representações sociais
sobre o surdo dentro do discurso
próprio do grupo. (SciELO)
Fonte: elaborada pela atora (2025)
A análise dos onze estudos revisados permitiu identificar três eixos centrais: (a) modos
de representatividade e perspectivas teóricas; (b) espaços de manifestação da
representatividade; (c) efeitos da representatividade, (d) desafios e tensões. Esses achados
não apenas evidenciam a pluralidade de sentidos atribuídos à surdez, mas também permitem
refletir criticamente sobre os mecanismos de poder, resistência e produção cultural que
permeiam a experiência surda na contemporaneidade.
a) Modos de Representatividade e Perspectivas
Os trabalhos revisados apontam para uma mudança paradigmática: a rejeição do
modelo médico-patológico como eixo exclusivo de definição da surdez e a consolidação, ainda
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que em disputa, de perspectivas socioculturais e linguísticas (MENEZES; MONTEIRO DE
BARROS, 2022, 2025; GUIMARÃES; SILVA, 2022). Essa virada epistemológica dialoga com o
modelo social da deficiência, que enfatiza as barreiras sociais mais do que a condição
biológica, e com as epistemologias surdas, que entendem a surdez como diferença cultural
(SKLIAR, 1998).
Nesse cenário, a identidade surda emerge como uma construção relacional e
processual, em consonância com a noção de identidade de Hall (2003), marcada pela
hibridização, pela incompletude e pela negociação constante. Assim, adolescentes, jovens e
adultos surdos vivenciam processos identitários que oscilam entre discursos médicos,
expectativas familiares e reivindicações culturais (SEKOTO; HLAYISI, 2023; OLIVEIRA DE LIMA;
FARIA, 2023). Essa tensão mostra que a representatividade não é um dado fixo, mas um
campo de disputa simbólica no qual diferentes discursos competem pela hegemonia
(BOURDIEU, 1996).
b) Espaços de Manifestação da Representatividade
As produções destacam múltiplos espaços de visibilidade e auto(re)presentação, como
a literatura surda, a poesia em slam, as narrativas autobiográficas, as redes sociais e os
contextos educacionais bilíngues (FRANÇA; LEITE, 2024; LOYOLA FRANCO; RIBEIRO, 2023).
Esses espaços funcionam como arenas de resistência, onde os surdos ressignificam sua
condição e afirmam-se como sujeitos históricos e culturais.
No Brasil, o reconhecimento formal da Libras (Lei 10.436/2002) (BRASIL, 2002) e sua
presença em universidades (BAUMEL et al., 2023) revelam conquistas institucionais que,
embora significativas, ainda se mostram frágeis frente à permanência de discursos
medicalizantes em políticas de saúde (VIANNA et al., 2022). Esse embate ilustra o que Canclini
(2015a,b) chama de “hibridação cultural”: um cenário em que práticas de valorização
convivem com formas de exclusão, criando espaços contraditórios de negociação identitária.
A análise das intersecções entre surdez e outros marcadores, como a identidade
indígena (BARRIVIEIRA LAURETH et al., 2022), reforça que a representatividade não pode ser
pensada de modo homogêneo. Ela deve contemplar a pluralidade das trajetórias, revelando
que não há uma única comunidade surda, mas múltiplas comunidades em diálogo, tensão e
reconfiguração.
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c) Efeitos da Representatividade
A representatividade se mostra não apenas como um fenômeno simbólico, mas como
um instrumento político que impacta diretamente a vida dos sujeitos. Entre os efeitos
observados estão o fortalecimento da identidade surda, a elevação da autoestima coletiva, a
ampliação da visibilidade cultural e a reivindicação de direitos (MENEZES; MONTEIRO DE
BARROS, 2025; FRANÇA; LEITE, 2024).
Do ponto de vista teórico, esses efeitos podem ser lidos como formas de
empoderamento simbólico (BOURDIEU, 1996), nas quais os sujeitos produzem capital cultural
e linguístico capaz de reposicionar a surdez no espaço social. Também dialogam com as
discussões de Lane (1992), que denuncia a “patologização cultural” da surdez e defende sua
compreensão como minoria linguística.
Assim, a representatividade opera como prática de resistência frente ao silenciamento
histórico, permitindo que os surdos ocupem lugares de fala antes negados. Nesse sentido, a
auto(re)presentação nos meios digitais, artísticos e acadêmicos aproxima-se da ideia de
Santaella (2010a,b) sobre as tecnologias como campos de disputa, onde sujeitos
historicamente marginalizados encontram novas formas de expressão e visibilidade.
d) Desafios e Tensões
Apesar dos avanços, persistem desafios significativos. O discurso clínico ainda ocupa
posição hegemônica em políticas públicas e práticas institucionais (VIANNA et al., 2022;
DESIDÉRIO, 2024), perpetuando visões que reduzem a surdez a déficit. Além disso, surgem
tensões intracomunitárias, como as divergências entre surdos oralizados e usuários de Libras,
ou entre sujeitos com surdez bilateral e unilateral, que desafiam a construção de uma
representatividade inclusiva (DESIDÉRIO, 2024).
ainda a falta de robustez institucional da representatividade surda, pouco presente
em currículos escolares, na mídia de grande circulação e em políticas públicas amplas. Do
ponto de vista acadêmico, nota-se a prevalência de estudos qualitativos, havendo uma lacuna
de pesquisas quantitativas, longitudinais e multicêntricas (GUIMARÃES; SILVA, 2022; SEKOTO;
HLAYISI, 2023). Essa limitação metodológica compromete a produção de evidências que
poderiam subsidiar políticas públicas mais consistentes.
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4. SÍNTESE CRÍTICA
Os resultados confirmam a relevância da representatividade surda como categoria
analítica e política, situada na confluência entre discursos de identidade, práticas culturais e
disputas de poder. Mais do que uma questão de visibilidade, trata-se de um direito à fala e ao
reconhecimento, indispensável para sociedades que se pretendem inclusivas e plurais.
Assim, este estudo contribui ao evidenciar que a representatividade surda deve ser
compreendida em três dimensões articuladas, sendo:
1. Epistemológica deslocar a surdez de deficiência para diferença cultural
A literatura recente evidencia uma inflexão epistemológica fundamental: o
afastamento do paradigma biomédico e a consolidação de abordagens que tratam a surdez
como diferença cultural e linguística. Trabalhos como os de Guimarães e Silva (2022) e Vianna
et al. (2022) demonstram como os discursos médicos e de saúde pública ainda mantêm forte
influência, mas já sofrem tensionamentos a partir da crítica social e educacional.
Essa mudança de perspectiva é ampliada por pesquisas de Menezes e Monteiro de
Barros (2022, 2025), que investigam as representações sociais do próprio grupo surdo,
deslocando o olhar do "objeto clínico" para o "sujeito de discurso". Essa virada epistemológica
não apenas amplia o campo dos Estudos Surdos, como também legitima epistemologias
situadas, construídas a partir da experiência da comunidade.
Em síntese, a produção acadêmica aponta para um reposicionamento do
conhecimento: a surdez não como déficit, mas como campo legítimo de produção cultural e
discursiva, tensionando o poder-saber hegemônico.
2. Política fortalecimento de direitos, autonomia e participação social
Do ponto de vista político, observa-se um movimento de consolidação das
reivindicações da comunidade surda por direitos linguísticos e de cidadania. Estudos como o
de Vianna et al. (2022) revelam como as políticas de saúde mantêm a surdez sob uma lógica
terapêutica, mas também evidenciam resistências que denunciam esse enquadramento.
Rafaella Baumel et al. (2023), ao discutir a inclusão no ensino superior, trazem à tona a
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importância da Libras e da acessibilidade como garantias de permanência e visibilidade
acadêmica, apontando avanços e desafios da política educacional.
Da mesma forma, pesquisas sobre surdos indígenas (Barrivieira Laureth et al., 2022)
ampliam a agenda política ao incluir intersecções de etnia, cultura e língua, mostrando que a
luta surda não é homogênea, mas atravessada por desigualdades múltiplas.
Nesse sentido, as produções evidenciam a transformação da política surda em um
campo de disputa mais plural, em que o reconhecimento de identidades diversas fortalece
demandas por autonomia e participação.
3. Cultural ampliação dos espaços de expressão simbólica e estética
No plano cultural, observa-se um florescimento de práticas simbólicas e estéticas que
expandem a representatividade surda para além do campo político e acadêmico. França e
Leite (2024) mostram como o slam, enquanto prática artística, se constitui em instrumento de
resistência e de reexistência da comunidade surda, deslocando a produção cultural para o
centro das lutas identitárias. Loyola Franco e Ribeiro (2023) reforçam essa perspectiva ao
discutir a constituição do sujeito leitor surdo em narrativas de memória e identidade,
revelando que a experiência cultural se também nos espaços de aprendizagem e circulação
de saberes.
Esses estudos revelam que a cultura surda não se limita à língua de sinais como
marcador identitário, mas se desdobra em práticas artísticas, literárias e discursivas que
consolidam a surdez como território de produção estética e simbólica legítimo.
5. CONCLUSÃO
A análise da produção acadêmica dos últimos anos sobre representatividade surda
evidencia um deslocamento paradigmático fundamental: a surdez deixa de ser compreendida
apenas no marco da deficiência, para ser afirmada como diferença cultural e identitária. Esse
movimento epistemológico revela não apenas uma revisão crítica das concepções históricas
ancoradas em discursos clínico-terapêuticos, mas também a consolidação de novos
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referenciais que reconhecem os sujeitos surdos como agentes produtores de saberes, de
práticas e de sentidos.
Politicamente, essa virada se materializa na ampliação das reivindicações por direitos,
autonomia e participação social. Os estudos analisados mostram como os discursos da
comunidade surda tensionam o campo das políticas públicas, da educação e da saúde,
ressignificando categorias e exigindo práticas mais inclusivas e dialógicas. Ao mesmo tempo,
reforçam o papel central da Libras e de outras línguas de sinais como instrumentos de
reconhecimento e cidadania, constituindo-se não apenas como meios de comunicação, mas
como símbolos de pertencimento e resistência.
No plano cultural, observa-se a emergência de novas formas de expressão estética e
simbólica, como o slam em Libras, a literatura surda, as narrativas de leitores surdos e a
articulação entre identidade surda e pertencimento a outros grupos sociais (como indígenas).
Esses espaços de criação e circulação cultural não são acessórios, mas estratégicos: eles
produzem visibilidade, legitimam modos próprios de existir e ampliam a presença surda em
campos historicamente negados, como o artístico, o literário e o acadêmico.
Assim, o conjunto das pesquisas revela que pensar a surdez hoje implica reconhecer
sua potência epistêmica, política e cultural. Trata-se de compreender que a
representatividade surda não se reduz à inclusão formal, mas à afirmação de um locus de
enunciação que desloca fronteiras, contesta hegemonias e inaugura novas possibilidades de
diálogo entre diferença e diversidade. Em última instância, os estudos analisados reafirmam
que a surdez não é ausência, mas presença: presença que transforma, que reivindica e que
cria, marcando de forma indelével o campo científico, social e cultural contemporâneo.
REFERÊNCIAS
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Research, Society and Development, v. 12, n. 4, e3112439502, 2023.
Elisandra Santos Mendes Garcia
EVOXIA INTERNACIONAL JOURNAL OF SCIENTIFIC INNOVATION, Blumenau, SC, v. 1, n.1, dez. 2025.
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SOBRE O AUTOR
Elisandra Santos Mendes Garcia é Doutora em Promoção do Desenvolvimento Humano nos
Contextos da Vida Diária/Terapia Ocupacional - PPGTO pela Universidade Federal de São Carlos
- UFSCar. Graduação em Fonoaudiologia pela Universidade de Araraquara- UNIARA (2003) e
Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Estadual de Campinas -
CIPED/FCM/UNICAMP (2008). Aprimoramento Prossional na Área da Surdez pelo Centro de
Reabilitação e Pesquisa / CEPRE da Universidade Estadual de Campinas -
CEPRE/FCM/UNICAMP (2005) e Título de Especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de
Fonoaudiologia - CFFa (2007).
Recebido em 03 de outubro de 2025.
Revisado em 08 de outubro de 2025.
Aprovado em 08 de outubro de 2025.
© Associação Brasileira de Editores Científicos - ABEC
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado de acordo com os
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Como citar este artigo: Elisandra Santos Mendes Garcia. Entre invisibilidade e reconhecimento:
representatividade surda e construção identitária na atualidade. EVOXIA INTERNACIONAL
JOURNAL OF SCIENTIFIC INNOVATION, Blumenau, SC, v. 1, n.1, dez. 2025.
Conflitos de interesse: Em conformidade com as boas práticas de publicação científica, o autor
declara a inexistência de conflitos de interesse de natureza comercial, financeira ou associativa
que possam influenciar, de forma direta ou indireta, o conteúdo e os resultados apresentados
neste manuscrito.
Financiamento: O estudo não recebeu financiamento.