NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E REGULAÇÃO EMOCIONAL: RESSIGNIFICAÇÃO E INDUÇÃO DA EMOÇÃO
Resumo
A neurociência cognitiva tem avançado significativamente na compreensão dos mecanismos
envolvidos na regulação emocional, destacando a relevância da ressignificação cognitiva e da indução
emocional como estratégias centrais. A ressignificação refere-se à capacidade de reinterpretar uma
experiência, atribuindo-lhe novos sentidos que transformam a resposta afetiva, enquanto a indução da
emoção está associada à possibilidade de provocar ou modular estados emocionais por meio de
pensamentos, memórias e contextos simbólicos. Esses processos, sustentados pela plasticidade neural
e pela interação entre córtex pré-frontal, amígdala e sistemas de memória, demonstram que as
emoções não são respostas automáticas e fixas, mas construções dinâmicas moduladas pela cognição.
Autores como Lisa Feldman Barrett (2017) evidenciam que as emoções são produtos da previsão
cerebral e da atribuição de significado, reforçando o papel da interpretação na experiência afetiva.
Nesse sentido, a ressignificação e a indução emocional assumem importância prática em diferentes
contextos: clínico, educacional, social e organizacional, promovendo resiliência, bem-estar e saúde
mental. O artigo discute, assim, como essas estratégias podem ser compreendidas não apenas como
ferramentas terapêuticas, mas como competências existenciais para o manejo consciente das
experiências emocionais.